Dados do Trabalho

Título

RETALHO MUSCULO-CUTANEO DO LEVANTADOR DO LABIO SUPERIOR E DA ASA NASAL: UMA ALTERNATIVA EFICIENTE NAS RECONSTRUÇOES DE FACE

Resumo

Introdução: A face é uma região anatômica muito importante diante das complexas interações sociais. Traumas e tumores podem comprometer sua estética. Sua rica vascularização favorece o uso de retalhos locais, porém, o uso indiscriminado desse recurso pode comprometer a estética da face. Objetivo: Este estudo tem por objetivo demonstrar uma série de quatro casos nos quais o retalho musculocutâneo do levantador do lábio superior e da asa nasal é utilizado na reconstrução de defeito da face após exérese de tumores. Métodos: Os pacientes foram avaliados no serviço de Oncologia da Cirurgia Plástica - UNIFESP. Foram incluídos neste estudo pacientes com tumores de pele cujo defeito estimado após exérese da lesão fosse igual ou superior a 2,5cm de diâmetro em região de pálpebra inferior, lábio superior ou nariz. Os pacientes foram avaliados quanto ao otimismo/pessimismo pré-operatório e satisfação após 12 meses de pós-operatório. Resultados: Ao final dos 12 meses, os pacientes se declararam satisfeitos com o resultado estético segundo respostas obtidas em questionário proposto por Ramsey Alsarraf para cirurgia plástica em face. Conclusão: O uso do retalho musculocutâneo do levantador do lábio superior e da asa nasal se mostra eficiente para correção de defeitos em face e apresenta boa satisfação pós operatória pelos pacientes.

Introdução

A face representa uma região anatômica de suma importância diante das complexas interações sociais. Traumas e tumores podem comprometer a sua estética e a sua função e, por isso, tal cenário constitui um grande desafio para o profissional de cirurgia plástica. A rica vascularização, bem como o plexo subdérmico exuberante, favorecem o uso de retalhos locais. Contudo o uso indiscriminado de tal arsenal pode comprometer a estética da face e impor sequelas dotadas de grande estigma social.

Objetivo

Este estudo tem por objetivo demonstrar uma série de quatro casos nos quais o retalho musculocutâneo do levantador do lábio superior e da asa nasal foi utilizado na reconstrução de defeito da face após exérese de lesão.

Método

Todos os pacientes que foram avaliados pelo serviço de Oncologia da Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo, entre janeiro e julho de 2022, foram convidados a participar do estudo desde que contemplassem os seguintes critérios. Foram incluídos neste estudo pacientes em programação de ressecção de tumor maligno de pele nas regiões da pálpebra inferior, do lábio superior ou do nariz e cuja área estimada de lesão pós operatória fosse igual ou superior a 2.5cm de diâmetro. Quatro casos ilustram o estudo. A média de idade dos pacientes é de 70 anos. Os pacientes responderam a uma pesquisa inicial com dados demográficos e com a avaliação do nível basal de otimismo / pessimismo pré operatório. Após os 12 meses da operação, foram avaliados quanto ao nível de satisfação estética frente ao resultado cirúrgico.

Resultado

Nenhum caso apresentou epidermólise ou necrose. A mímica facial não foi comprometida em nenhum dos casos. Todos os retalhos apresentaram discreto edema que regrediu em até 6 meses de período pós­ operatório. Nenhum paciente necessitou de reoperação. Ao final dos 12 meses, os pacientes se declararam satisfeitos com o resultado estético segundo respostas obtidas em questionário proposto por Ramsey Alsarraf para cirurgia plástica em face.

Discussão

O sulco nasolabial é o resultado da inserção de vários músculos mímicos na derme profunda do local, representando na verdade, uma expressão dinâmica da ação destes na cútis. O músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz é irrigado por ramos da artéria infra­orbital, que penetram na sua face posterior próximo ao forame e por ramos da artéria facial na sua extremidade distal. Tal padrão circulatório pode ser classificado como do tipo III de Mathes e Nahai (1981) e possibilita que o músculo seja pediculado em ambas extremidades.

O nervo facial em geral penetra posterior e proximal aos músculos mímicos da face. Isso permite a sua conservação em retalhos com pedículo proximal, embora a lesão do ramo nervoso promova apenas a atrofia muscular, o que beneficia a acomodação tardia dos tecidos. A retirada do músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz traz um prejuízo inicial ao movimento labial, que passa a ser compensado pelos demais músculos locais, sendo de pouca importância após o 6º mês e quase imperceptível após um ano.

A utilização do músculo aumenta o arco de rotação do retalho no sulco nasolabial, permitindo que sua extremidade distal ultrapasse tanto o supercílio, como a ponta nasal e a linha média do lábio superior e que a sua extremidade proximal atinja o canto interno do olho, sem tensão.

Conclusão

A padronização do uso do retalho musculocutâneo do levantador do lábio superior e da asa nasal em reconstruções de face poderia servir como fator essencial para a identificação de possíveis falhas, para a promoção de discussões e, consequentemente, para o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica empregada.

Referências

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12 Alsarraf R. Outcomes research in facial plastic surgery: a review and new directions. Aesthetic Plast Surg. 2000;24(3):192-7.

Palavras Chave

Retalho Miocutâneo; reconstrução; face

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