Dados do Trabalho
Título
A UTILIZAÇAO DE PLASMAFERESE EM PACIENTES PEDIATRICOS COM DOENÇAS NEUROLOGICAS EM UM HOSPITAL TERCIARIO DO DISTRITO FEDERAL
Introdução
A plasmaférese é um procedimento extracorpóreo também conhecido como troca de plasma terapêutica e consiste na remoção do plasma de anticorpos, complexos imunes, proteínas monoclonais, toxinas e citocinas. Na Neurologia pode ser utilizada em doenças imunomediadas, como encefalite, miastenia gravis, Síndrome de Guillain Barré, etc.
Objetivo
Descrever as situações em que a plasmaférese foi escolha terapêutica em doenças neurológicas na faixa etária pediátrica em um hospital terciário do Distrito Federal.
Métodos
Trata-se de estudo retrospectivo de série de casos de pacientes pediátricos com doenças neurológicas de um hospital terciário do Distrito Federal e que foram submetidos à plasmaférese ao longo da evolução clínica, durante janeiro de 2019 a junho de 2021.
Resultados
Foram analisados 11 (onze) casos, que correspondem a todos os pacientes desde a implantação do procedimento em nosso serviço. Dentre estes, 4 (quatro) corresponderam a encefalite autoimune anti-NMDA, 2 (dois) a encefalite sem etiologia definida, 2 (dois) a síndrome opsoclonus mioclonus ataxia (SOMA), 1 (um) mielite de etiologia indefinida, 1 (um) a polineuropatia de etiologia indefinida e 1 (um) a miastenia gravis. Em cinco casos de encefalite e em um dos casos de SOMA, mesmo com instituição prévia de imunoglobulina e metilprednisolona, além de utilização de plasmaférese em até 150 dias do início dos sintomas, houve modificação dramática do curso da doença, com maior velocidade de melhora após a terapêutica. No segundo caso de SOMA, em um caso de encefalite e no caso de miastenia gravis, foi realizado plasmaférese em concomitância a metilprednisolona como terapêutica inicial devido à falta de imunoglobulina. Nestes casos, a melhora clínica mostrou-se evidente e progressiva desde as primeiras sessões do procedimento. Não foi observada melhora significativa nos casos de polineuropatia e mielite de etiologia indefinida. A principal complicação apresentada foi hipotensão, observada em dois casos e pressão de entrada limítrofe do acesso central observada em um dos casos.
Conclusões
Comparando os casos apresentados, a velocidade de melhora e o desfecho clínico foram evidentemente mais favoráveis naqueles em que a terapêutica foi empregada precocemente. Conhecer as indicações para a plasmaférese garante uma opção terapêutica para doenças imunomediadas além de que sua instituição mais precoce cursa com redução de tempo de internação, morbidades e melhor perspectiva de qualidade de vida futura.
Palavras Chave
plasmaférese, autoimunidade, anticorpos, encefalite, NMDA.
Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores
Não há conflitos de interesse
Área
Outros
Instituições
Hospital da Criança de Brasília (HCB) José de Alencar - Distrito Federal - Brasil
Autores
Ada Maria Farias Sousa Borges, Ana Lídia de Melo Alcântara Silva, Manuela de Oliveira Fragomeni, Renata Brasileiro Reis Pereira, Natália Spinola Costa da Cunha, Janaína Monteiro Chaves, Maria Olívia Fernandes de Lima Carneiro de Moraes, Patrícia Dumke da Silva Moller