16º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA INFANTIL

Dados do Trabalho


Título

ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO EM ADOLESCENTE DEVIDO DISSECÇAO ARTERIAL TRAUMATICA

Apresentação do Caso

: MFF, 12 anos, sexo feminino, obesa, foi admitida no PS infantil no dia 06/05/2021 com história de que 01 dia antes da admissão a paciente saltou de pé na piscina e logo após o impacto iniciou com parestesias dimidiadas a direita e paresia em membro inferior direito. No decorrer do dia, de forma progressiva, houve piora do quadro de parestesias e da hemiparesia a direita. No pronto-socorro iniciou com cefaleia e apresentou 3 episódios de vômitos. Ao exame físico encontrava-se hipertensa, disártrica, paresia facial central a direita, hemihipoestesia e hemiparesia a direita de predomínio crural. Realizado RM de crânio que evidenciava área de isquemia no lobo temporal e cápsula interna a esquerda. Angio TC cervical evidenciava dissecção arterial do segmento distal da artéria carótida interna esquerda. Realizado rastreio de doenças hematológicas e reumatológicas. Retorna ambulatoriamente 30 dias após a alta, com melhora dos déficits neurológicos.

Discussão

: o acidente vascular na população pediátrica, especificamente nos adolescentes, é um evento raro. Possui diversas etiologias: cardioembólicas, hematológicas, dissecção arterial, infecciosas, inflamatórias e metabólicas. A dissecção arterial resulta da laceração longitudinal da parede vascular, que pode ocorrer desde a camada íntima até a adventícia. Pode originar AVE devido a embolismo arterial ou estenose do vaso. Ela pode ser dividida em espontânea ou traumática e em intracraniana ou extracraniana. As dissecções arteriais cervicais ocorrem mais frequentemente na carótida interna. O diagnóstico de dissecção arterial é desafiador, ainda mais na população pediátrica, já que normalmente os pacientes podem ser oligossintomáticos e o diagnóstico radiológico é difícil, tendo em vista que as alterações podem ser sutis.

Comentários Finais

relato de caso com caráter elucidativo de uma patologia pouco frequente nesta faixa etária com o intuito de demonstrar a ocorrência de acidente vascular encefálico na infância devido dissecção arterial traumática. É crucial a avaliação de traumas e mecanismos de extensão da região cervical na história clínica. Apesar de ser um evento raro na população pediátrica, a dissecção arterial traumática deve sempre ser investigada, bem como a exclusão de outras doenças vasculares, reumáticas, hematológicas e genéticas. Devido o alto risco de morbidade, é primordial o diagnóstico precoce para que o tratamento específico seja implantado. Palavras-chave: criança, acidente vascular cerebral, dissecção arterial.

Declaração de conflito de interesses de TODOS os autores

nenhuma

Área

Doenças cerebrovasculares e terapia intensiva em neurologia infantil

Instituições

UFTM - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - Minas Gerais - Brasil

Autores

Renata Cristina Franzon Bonatti, Guilherme Henrique Oliveira Silva, Alex Eduardo Silva, Alfredo Leboreiro Fernandez, Luís Marcos Ferreira Junior, Leandro Carvalho Arantes, Ruth Ribeiro Guerra, Camila Ribeiro Oliveira, Renata Coelho Chaves Gaspar