XVI Congresso Sul-Brasileiro de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA POR USO DE ANTICOCEPCIONAL ORAL

Fundamentação/ Introdução

Atualmente, o avanço dos exames de imagem tem permitido o diagnóstico de patologias raras. A Neurorretinopatia Macular Aguda (NMA) é uma delas e costuma ocorrer mais em mulheres brancas na terceira década de vida.

Objetivos

Apresentar caso raro de NMA, associada a uso de anticoncepcional oral (ACO), objetivando atentar os oftalmologistas ao diagnóstico da patologia.

Delineamento e Métodos

Relato de caso: paciente feminina, 28 anos, previamente hígida, sem histórico de patologias ou cirurgias oftalmológicas, procurou atendimento por mancha preta em olho direito há 4 dias. Negava uso de medicações ou substâncias, exceto por fazer uso de ACO. Na avaliação oftalmológica, possuía acuidade visual de 20/20 em olho direito e de 20/40 em olho esquerdo. À biomicroscopia, câmara anterior formada, cristalino transparente e córnea sem alterações. À fundoscopia, escavação 0,3 em ambos os olhos e alteração pigmentar na mácula em olho esquerdo.

Resultados

Foi realizada Tomografia de Coerência Óptica (OCT), na qual notaram-se bandas hiperrefletivas nas camadas nuclear e plexiforme externas, associadas a apagamento da zona elipsóide. Na angiotomografia de coerência óptica (OCT-A), percebeu-se área de isquemia nos plexos retiniamos profundos. Unindo características do exames clínco e de imagem chegou-se ao diagnóstico de NMA.

Conclusões/ Considerações Finais

Este relato visa atentar os oftalmologistas sobre a importância do reconhecimento desta patologia de difícil identificação ao exame clínico, para posterior orientação e acompanhamento dos pacientes acometidos. A NMA cursa com anormalidades microvasculares dos plexos profundos da retina (que podem ser observadas na OCT-A) e tem como um de seus possíveis fatores de risco o uso de ACO. Pode causar escotoma paracentral e levar ao surgimento de bandas hiperrefletivas entre as camadas plexiforme e nuclear externas na OCT, que indicam a disrupção do corpo e dos axônios dos fotorreceptores. Atenuação das zonas elipsóide e de interdigitação também podem ser observadas. Essa patologia não possui tratamento definido e devemos somente acompanhar os pacientes e alertar quanto a possíveis fatores causais.

Palavras-Chave

Neurorretinopatia Macular Aguda – Anticoncepcional Oral – Escotoma

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Eduardo Leiria Bencke, Gabriel Leivas