Dados do Trabalho
Título
SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTAFILOCÓCICO NÃO MENSTRUAL COMPLICADA EM ISQUEMIA DIGITAL CRÍTICA
Introdução
A Síndrome do Choque Tóxico Estafilocócico (SCTE) é caracterizada por febre, exantema/eritrodermia, hipotensão e disfunção múltipla de órgãos (DMO). A doença é diagnosticada através do uso de critérios clínicos e epidemiológicos, dispensando a identificação do microorganismo em culturas.
Objetivos
Descrever o caso de uma paciente jovem com SCTE não menstrual após exposição não usual, tendo como complicação uma isquemia digital crítica.
Descrição do Caso
O presente estudo é um Relato de Caso. Paciente de 18 anos, que lesionou o dorso do pé esquerdo num tijolo enquanto corria. Logo em seguida, a mesma lavou a ferida com a água de uma pocilga, contaminada pelo consumo dos porcos. Quatro dias após, iniciou-se quadro de dor, rubor, calor e exsudação local, associado a febre. Em serviço de pronto atendimento, foi prescrito cefadroxila, sem melhora. Após 04 dias do atendimento, a mesma foi encaminhada a um Hospital terciário, com surgimento de lesões bolhosas no pé esquerdo escurecimento das extremidades do 2º, 3º e 4º pododáctilos do membro. Apresentava-se hipotensa, também com dispneia e sinais de artrite em joelho esquerdo. Exames admissionais evidenciaram leucocitose com reação leucemoide e aumento das escórias nitrogenadas. A cultura da artrocentese foi negativa, porém, com elevada contagem de neutrófilos. Nesse momento, foi realizado o diagnóstico clinico epidemiológico da SCTE e iniciado tratamento com Vancomicina, Meropenem e Clindamicina por 14 dias. No 5º dia de internamento, houve descamação laminar dos pés e das mãos. Hemoculturas seriadas foram negativas. A paciente seguiu em acompanhamento com serviço de cirurgia vascular, que optou pela amputação da área necrosada dos dedos. Após o procedimento, a paciente recebeu alta com melhora global do quadro sem novas intercorrências.
Conclusões e Considerações Finais
A SCTE faz parte do diagnóstico diferencial das dermatoses exantemáticas com DMO. A mortalidade dos casos não menstruais é de aproximadamente 6%. O diagnóstico clínico é fundamental para o início da antibiotioticoterapia empírica, assim evitando complicações que agravem a morbimortalidade. A isquemia digital presente na paciente em questão não é um achado frequentemente associado à SCTE.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital Getúlio Vargas - Pernambuco - Brasil
Autores
Lucas Silva Costa Guerra Moraes, Jeniffer Mirelli dos Santos Lopes, George Palmeira Braga, Isabel Magalhães Reyna Gondim, Bruna Moreira Santos