Congresso Pernambucano de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

SOBREPOSIÇÃO DE ESCLEROSE SISTÊMICA E ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO CLÍNICO.

Introdução

A sobreposição das doenças reumatológicas esclerose sistêmica (ES) e a artrite reumatoide (AR) é um acometimento bastante incomum, com uma prevalência de somente 4,3% a 5,2% em pacientes com ES e apenas alguns casos relatados. A ES é uma doença autoimune do tecido conjuntivo caracterizada por deposição de colágeno junto a alterações vasculares, apresentando-se com fibrose tecidual e sintomas musculoesqueléticos. Como a artrite pode ser uma das raras manifestações da doença, é importante a identificação e diferenciação entre a sobreposição entre AR e ES, no mesmo paciente, conforme os critérios diagnósticos do American College of Rheumatology (ACR).

Objetivos

Descrever um caso de sobreposição de Esclerose Sistêmica e Artrite Reumatoide em paciente atendida e acompanhada por um Clínico Geral, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino, 42 anos, chega à UBS de Petrolina em 2019, apresentando dor e edema de mãos, fadiga, falta de ar, disfagia, pirose e fenômeno de Raynaud, há 3 anos e ao exame físico presença de esclerodactilia. Dentre os exames solicitados, destacou-se o FAN reagente com padrão misto nuclear pontilhado fino denso e nucleolar pontilhado (1/640). A paciente foi diagnosticada com ES, mas devido a problemas de logística, não foi iniciado tratamento. Em 2020, a paciente relata ida à UPA com dor nas articulações das mãos e piora do edema, foi tratada com sintomáticos e orientada a retornar à UBS, onde foram solicitados exames, dando ênfase para o FR, VHS, anti CCP, ANCA e anti SCL70, que deram elevados, afirmando também o diagnóstico para AR soropositivo. Iniciou tratamento com Metotrexato, Ofolato e Prednisona. Em retorno à UBS em 2021, queixou-se de piora dos sintomas e dispneia. Para avaliação de uma possível progressão da doença, solicitou-se radiografia e tomografia de tórax, além de um ecocardiograma, evidenciando discreta cardiomegalia, infiltrado pulmonar bilateral e hipertensão pulmonar. Esses sinais demonstram avanço da doença, sendo suspenso o tratamento vigente para início do uso de Upadacitinibe, Nifedipina e Azatioprina. Além de orientações como uso de luvas, evitar exposição a águas frias, realização de fisioterapias e prática de exercícios físicos, cabíveis às suas capacidades.

Conclusões e Considerações Finais

A artrite pode estar presente na AR e ES, mas com características clínicas diferentes, assim, a identificação da sobreposição entre as doenças possibilita o diagnóstico precoce da AR e auxilia o clínico para conduta adequada.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Católica de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Flávia de Andrade Neves, Ana Carolina de Mello Santos , Willian Miranda Basilio , Aline Silva Sousa , Alexandre Bezerra Galindo