Dados do Trabalho

Título

PURPURA TROMBOCITOPENICA IMUNE SECUNDARIA A DENGUE: RELATO DE CASO

Introdução

Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI) associada à infecção pelo vírus da Dengue é uma afecção rara, mas aumenta sua incidência em períodos epidêmicos.

Objetivos

Relatar um caso de PTI após infecção pelo vírus da Dengue e seu tratamento inicial.

Descrição do caso

Homem, 46 anos, previamente hígido, iniciou quadro de mialgia, cefaleia e febre, com suspeita diagnóstica de Dengue confirmado por sorologia IgM. Dez dias após sorologia, desenvolveu gengivorragia, epistaxe, hematúria e petéquias difusas, o que não ocorreu no período febril. Ao exame clínico não apresentava linfonodomegalias ou hepatoesplenomegalia. Contagem plaquetária no hemograma inicial de 10.000/mm³, com segundo exame de 5.000/mm³, no hemograma não apresentava alteração em outras séries, avaliada lâmina de sangue periférico com plaquetopenia confirmada, sorologias negativas (HIV/ Hepatite B/ Hepatite C/ VDRL), Perfil de ferro, vitamina B12 e ácido fólico normais, FAN e FR negativos, função tireoidiana normal, eletroforese de proteínas sem pico monoclonal. Internado iniciado terapia com dexametasona 40mg/dia por 4 dias, após término, plaquetas em 7.621/mm³. Houve melhora dos sangramentos com uso de ácido tranexâmico associado, mas devido a não resposta com a primeira linha de tratamento, optado por realizar terapia com imunoglobulina 1g/Kg em dose única associado a prednisona 60mg/dia, elevando valor plaquetário para 51.270/mm³ após 24 horas da infusão. Paciente recebeu alta hospitalar com manutenção do uso do corticoide oral, reavaliado após uma semana, sem sangramentos ativos, melhora das petéquias e hematomas em reabsorção, plaquetas de 30.000/mm³. Em reavaliação com hematologista, foi otimizada dose de prednisona para 90mg/dia (1mg/kg), mas em novo hemograma após cinco dias, constatado valor de 5.000/mm³, sem sangramentos. Optado por internação para nova dose de imunoglobulina (1g/Kg), elevando plaquetas para 94.890/mm³. Recebeu alta hospitalar, com manutenção de prednisona 90mg/dia e, em reavaliação, plaquetas de 175.000/mm³, mantendo-se assintomático, em desmame de corticoide.

Conclusões

É importante a diferenciação da plaquetopenia secundária à infecção pela Dengue da condição menos comum de PTI pós-Dengue, sendo este diagnóstico de exclusão, devido às mudanças na terapêutica desta última, incluindo a corticoterapia e imunoglobulina, utilizadas nesse paciente, assim como evitar a transfusão de plaquetas na PTI.

Palavras Chave

Dengue; Púrpura Trombocitopênica Imune; Corticoide; Imunoglobulina