Dados do Trabalho

Título

DELIRIUM COM TRANSTORNO PSICOTICO SECUNDARIO A ENCEFALITE AUTOIMUNE EM PACIENTE IDOSA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de Encefalite Autoimune em idosa.

Materiais e Métodos

Revisão de prontuário.

Resultados

Mulher de 78 anos com histórico de hipertensão arterial sistêmica, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e pré-diabetes, sem histórico de doença psiquiátrica prévia, foi internada em 04/01/2023 com diagnóstico de psicose tardia. Há quatro meses iniciou recusa alimentar (delírio de envenenamento), agitação psicomotora e agressividade, além de distúrbios do sono e relato de crise convulsiva isolada. Não houve melhora com uso de antipsicóticos e estabilizadores de humor, sendo internada para compensação. Ao exame clínico apresentava cognição visivelmente comprometida, assim como distúrbio de atenção e flutuação do quadro, o que levou ao diagnóstico de possível delirium, quando foram realizados exames para investigação de causas secundárias. Foram realizadas Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética de Crânio com achados inespecíficos. Foi coletado LCR que demonstrou hiperproteinorraquia e reação Pandy positiva, com pesquisa infecciosa negativa. Com a hipótese de encefalite auto-imune, a paciente recebeu pulsoterapia com metilprednisolona 1g venosa por 5 dias seguida de imunoglobulina humana 0,4g/kg/dia por 5 dias. Houve melhora significativa de sintomas ainda na internação, sendo controlado quadro residual com clozapina e canabidiol, recebendo alta com prednisona 1mg/kg/dia. Após 6 meses de acompanhamento ambulatorial, a paciente apresenta manutenção da resposta clínica, já sem uso de canabidiol ou corticóide, com desmame de antipsicótico. Não houve necessidade de novas doses de Imunoglobulina até o momento.

Conclusão

Trata-se de um caso de Encefalite Autoimune em idosa, com boa resposta ao tratamento imunossupressor.

Relevância Clínica

Apesar da encefalite autoimune não ser uma causa comum de alteração cognitiva e psiquiátrica em idosos, ela deve ser lembrada. A adequada avaliação de delirium subsindrômico e quadros psiquiátricos atípicos é essencial para diagnósticos possam se beneficiar de tratamento específico.