16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Dengue e COVID 19, a confusão clínica e tomográfica

Fundamentação/Introdução

Muitos países do mundo, apesar da pandemia de COVID-19, também encaram epidemias, como é o caso da dengue no Brasil, tornando o diagnóstico diferencial dessas enfermidades extremamente relevante. A preocupação de combater as duas é constante, visto também que casos de coinfecção já foram relatados e que com o avanço da COVID-19, houve redução de notificações de casos de dengue.
As duas doenças podem expressar similaridades na sua apresentação clínica, laboratorial e2 tomográfica. Por isso, avaliar sinais preditores, sintomas, variáveis epidemiológicas e tempo de evolução da doença auxiliam no diagnóstico.

Objetivos

Relatar um caso de diferenciação diagnóstica entre dengue e COVID-19.

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo, com relato de caso de paciente masculino, de 30 anos, que procura atendimento médico por quadro respiratório agudo aliado a sintomas gastrointestinais

Resultados

Masculino, 30 anos, usuário de cocaína, admitido por febre, tosse, fadiga, cefaleia e taquipneia há quatro dias, após passeio em área ribeirinha e alimentação com frutos do mar. Na admissão, dor abdominal, diarreia, vômitos, hiporexia, febre e mialgia. Ao exame físico, regular estado geral, saturação periférica de oxigênio de 94% e múltiplas pápulas eritemato descamativas pelo corpo. Laboratorialmente apresentava hemoglobina de 21,2, hematócrito de 58,8, plaquetas 18.000, D-dímero de 2006 (valor de referência é menor que 500). Tomografia de tórax com opacidades pulmonares periféricas em vidro-fosco, espessamento septal e derrame pleural laminar bilateralmente. Solicitada sorologia e pesquisa molecular para COVID-19, que resultaram negativos. Evoluiu com melhora da plaquetopenia, mas leve disfunção renal, após a instituição de tratamento de suporte. Após três dias de internação, o resultado de sorologia para dengue (Imunoglobulina M) veio positivo, e confirmou o diagnóstico. O paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial após 6 dias de internamento.

Conclusões/Considerações Finais

A suspeição e diferenciação diagnóstica entre as duas doenças se mostra necessária tendo em vista o contexto pandêmico e a alta prevalência de casos de dengue no Brasil, principalmente quando existe história de viagens recentes para áreas endêmicas. Deve-se ressaltar que dengue também pode evoluir com alterações pulmonares como espessamento de septos interlobulares, vidro fosco e derrame pleural, o que aumenta a possibilidade de confusão diagnóstica com a COVID-19.

Palavras Chave

dengue, Covid-19, pandemia

Área

Clínica Médica

Categoria

Área Acadêmica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

JOAO VITOR SAORES CRUZ, RAFAELA VIANNA MAGALHÃES, CAMILA MARCHI BLATT, REBECCA SARAY MARCHESINI STIVAL, LARISSA HERMANN DE SOUZA NUNES