Dados do Trabalho
Título
Pneumorraquia secundária à fistulização de adenocarcinoma de cólon
Fundamentação/Introdução
INTRODUÇÃO: Pneumorraquia (PR) é definida como gás no canal espinhal. O diagnóstico é feito por exames de imagem, sobretudo a tomografia computadorizada. O tratamento é, na maioria dos casos, expectante, pois a PR raramente causa sintomas. Existem poucos casos de PR e esse diagnóstico pode passar despercebido no manejo clínico.
Objetivos
OBJETIVO: O relato visa mostrar uma apresentação diferente dos casos habituais de PR e, além disso, evidenciar uma associação inédita.
Delineamento e Métodos
RELATO DE CASO:
Paciente feminina, 36 anos, comparece no pronto atendimento com quadro de cervicalgia e rigidez nucal há uma semana. Há 3 meses com paraparesia de membros inferiores. Há 1 ano com diarreia pastosa associada a urgeincontinência fecal e perda ponderal de 52Kg. Ao exame físico apresentava enrijecimento da musculatura paravertebral e rigidez nucal. Sem demais anormalidades.
Punção lombar demonstrou glicose 9mg/dL, lactato 12,5 mmol/L, leucócitos 3040 com predomínio de neutrófilos (93%) e proteína 2319 mg/dL. A tomografia computadorizada apresentava: pneumorraquia extensa e enfisema dissecando espaços cervicais perivertebrais posteriores e infra claviculares; nódulo localizado no segmento anterior do lobo superior do pulmão direito medindo 1,3 cm sugerindo implante neoplásico ; espessamento parietal concêntrico e estenosante do reto, distando cerca de 10,0 cm da borda anal, com extensão aproximada de 5,0 cm, associado a linfonodos mesorretais, e coleção retal não podendo descartar a possibilidade de fistula. Tendo em vista os resultados dos exames, a PR foi atribuída à fístula retal. Realizado colonoscopia e biópsia com diagnóstico de adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Transferida à equipe de coloproctologia, oncologia e cuidados paliativos.
Resultados
DISCUSSÃO:
PR pode ser originária após politraumas, asma, punção liquórica, doenças infecciosas, espontânea e secundária a pneumomediastino. A presença de PR secundária à fistulização de neoplasia colorretal nunca fora antes relatado.
Visto que a PR é uma condição incomum e associado a diversas etiologias, não há uma recomendação terapêutica a ser seguida até o momento. Por ser assintomática, na maioria dos casos, opta-se por tratamento conservador com oxigenioterapia e cuidados multidisciplinares. Em casos selecionados pode ser necessário a abordagem cirúrgica.
Conclusões/Considerações Finais
CONCLUSÃO: A PR é uma entidade rara e muitas vezes subdiagnosticada, podendo ser potencialmente mórbida e fatal. Dessa forma, deve estar presente nos diagnósticos diferenciais.
Palavras Chave
Pneumorraquia; adenocarcinoma de cólon
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
FAMERP - São Paulo - Brasil
Autores
CAROLINA MILITAO PITELLI, RAFAELA SANTUCCI COLOMBO, JOAO ALEXANDRE COSTA BERIGO, JOAO VICTOR MORAES OLIVEIRA, RODRIGO ARUTIN FERREIRA