Congresso Brasileiro de Agronomia - CBA 2021

Dados do Trabalho


Título

PRODUÇAO DO PANICUM MAXIMUM CV. BRS ZURI SOB DIFERENTES CONCENTRAÇOES DE NITROGENIO

Introdução

É de trivial conhecimento agronômico, que o os solos da Amazônia são pobres e
nem sempre possibilitam a nutrição às plantas advindas com o cultivo em larga escala. Diante
deste contexto, há a necessidade de pesquisas no âmbito da produção de gramíneas do gênero
Panicum maximum e em especial a cv. BRS Zuri, em relação a adubação nitrogenada
(EMBRAPA, 2014).
No tocante, a adubação nitrogenada constitui prática de manejo relevante quando se
deseja aumentar a produtividade dos pastos (DURU, DUCROCQ, 2000; FAGUNDES et al.,
2006), em função da resposta crescente proporcionada pela mesma, sobre a produção de massa
seca das plantas forrageiras (MAGALHÃES et al., 2007), bem como, este é responsável
também, pelas características do porte da planta, tamanho das folhas, tamanho do colmo,
formação, desenvolvimento de perfilhos e pelo o sistema radicular (WERNER, 1986).

Resumo

Em razão da baixa fertilidade encontrada nos solos na Amazônia, a Embrapa formulou a cv. BRS Zuri, a qual dispõe de aspectos inerentes a maior tolerância a doenças, estresse hídrico e boa adaptação em áreas com déficit de nutrientes, como é o caso do Nitrogênio, visto que este é enfatizado por sua ímpar função no ciclo de vida das plantas. E em virtude disso, o presente trabalho evidenciou comtemplar as características de produção desta gramínea sujeita a doses diferentes de N, o qual ocorreu na cidade de Santarém no Estado do Pará, cujo os testes seguiram com três doses distintas de ureia 50, 100 e 150 mg/dm-3 por vaso, aplicadas 45 dias depois do semeio, dadas no 5º, 10º e 15º dia. Face aos resultados obtidos, a Massa Seca foliar não sofreu efeito das doses, porém, as demais variáveis de produção Massa Seca do Colmo (13,43 g/planta) e Massa Seca Radicular (19,74 g/planta) responderam melhor a dose de 150 mg/dm-3 (300 kg/Ha de N). Nesse viés, as concentrações da adubação nitrogenada mostraram efeitos progressivos sob as características de produção da gramínea BRS Zuri, cujo expressou resultados positivos, em função das aplicações de N, a vista que a maior dose, equivalente à 300 kg/ha de N, influenciaram nas melhores médias para as variáveis de produção. Entretanto, para a Massa Seca Foliar, não apresentou diferença significativa, entre as devidas combinações.
Palavras chave: Bioma amazônico, Forrageiras, Nutrição Animal, Produtividade.

Objetivos

Nesse viés, a presente pesquisa contemplou o efeito de Nitrogênio na gramínea P.
maximum cv. BRS Zuri, criada pela Embrapa (2014), com a edafoclimatologia amazônica, para
evidenciar o potencial de desenvolvimento das características de produção associada a
adubação nitrogenada.

Material e Método

O experimento foi realizado em casa de vegetação com a cultivar BRS
Zuri (P. maximum) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA),
situado na cidade de Santarém, Pará, Brasil. Logo, fora feita a correção do solo, foi efetivado
o calcário dolomítico, no período de 30 dias anterior ao semeio, para a elevar o pH do solo e
culminar para a SB de 50%. Consecutivamente, no plantio, foram implementadas fontes de
macro e micronutrientes seguindo a recomendação de adubação para a cultivar avaliada
segundo a Embrapa, (2014), foram aplicadas fontes de FTE BR12 equivalente à 56,25 mg/dm-
3, cloreto de potássio à 50 mg/dm-3 de K2O e de fósforo cerca de 17,5 mg/dm-3 de P2O5.
Quanto ao delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com três
tratamentos e cinco repetições (vasos), totalizando 15 unidades experimentais. Os tratamentos
foram constituídos por três doses de nitrogênio (Ureia) de 100, 200 e 300 kg/ha de N,
equivalentes a 50, 100 e 150 mg/dm-³ de N por vaso, sendo aplicada por parceladas, 1º no
quinto, no 10° e outra no 15º dia após início dos tratamentos (45 dias após o semeio).
No período de avaliação (28 dias) obteve-se as consecutivas variáveis de produção:
Massa Seca Foliar (MSF), Massa Seca do Colmo (MSC), Massa Seca da Parte Aérea (MSPA),
Massa Seca do Sistema Radicular (MSR). Para determinação da massa seca foliar realizou-se
o corte das folhas a 30 cm de altura do solo, bem como, para determinar da massa seca do
colmo (MSC) realizou-se o corte no nível do solo e separação das folhas.
Posteriormente, as amostras foram pesadas em balança analítica e colocadas em estufa
de circulação forçada de ar à temperatura de 65°C por 72 horas. O material seco foi pesado e
determinou-se a produção de massa seca foliar (MSF), massa seca do colmo (MSC) e para
determinação da massa seca do sistema radicular (MSR) realizou-se a lavagem das raízes com
água corrente, e após separadas, as raízes foram colocadas em sacos de papel, identificadas e
levadas à estufa com circulação forçada de ar a 65°C, durante 72 horas. Após este
procedimento, foram pesadas em balança de precisão para obtenção da massa seca das raízes.
E na sequência os dados foram submetidos a análise estatística no programa SISVAR a fim de
obter os resultados a partir do método de Tukey a 5% (p<0,05).

Resultados e discussão

De acordo com o resumo apresentado na tabela 1, inerente a análise de variância com a significância dos tratamentos. Nota-se que apenas a variável MSF - Massa Seca Foliar não apresentou efeito significativo (média de 12,32 g/planta). Para as demais variáveis, houve efeito significativo (P < 0,05), demonstrando haver efeito das diferentes doses de nitrogênio sobre a variáveis avaliadas.
A MSF, não apresentou dados significativos sobre as doses de Nitrogênio aplicadas. Resultados obtidos por Souza et al. (2005), se contrapõem, ao utilizarem dosagens de N, onde os autores, utilizaram as concentrações de 50, 75 e 100 kg/ha, aplicadas à cultivares do gênero Panicum maximum Jacq. Os autores, corroboraram, que as doses de N, contribuíram para o crescimento de produção da variável MSF, devido, as concentrações de N.
Conforme o apresentado no teste de média para a variável Massa Seca do Colmo (MSC) sob diferentes doses de nitrogênio no solo. A dose de 300 kg/ha apresentou maior efeito significativo com a média (13,43 g/planta), a qual mostrou resultados superiores às doses de 200 e 100 kg/ha, com as respectivas médias 12,96 g/planta e 12,52 g/planta.
Resultados semelhantes foram observados por Cunha (2016), ao avaliar a forrageira Massaí (Panicum maximum) sob efeitos de adubação nitrogenada, com as respectivas doses de 0, 100, 200, 300 e 600 kg/ha, onde a Massa Seca do Colmo apresentou incremento significativo ao N, e um aumento equivalente a 134% em relação a maior dose, comparado ao tratamento controle. Martuscello et al. (2015), também avaliaram a gramínea Massai (Panicum maximum), sob combinações nitrogenadas (0, 80, 160 e 240 kg de N/ha). A massa Seca do Colmo, apresentou incremento significativo através da fonte nitrogenada, e corroborou-se que a maior dose equivalente a 240 kg/ha, apresentou os melhores resultados para a MSC.
Os resultados demonstrados, sobre a gramínea P. Maximum BRS Zuri sobre as diferentes doses de N, apresentaram incrementos significativos, quanto a Massa Seca Radicular (MSR) sendo que a maior dose de 300 kg/ha apresentou melhor resultado estatístico com a média de 19,74 g/planta, sendo superior às demais doses de 200 kg/ha e 100 kg/ha, os quais apresentaram diferença entre si, com as seguidas médias 17,73 e 15,72 g/planta.
A respeito disso Silva (2006) também, ao mensurar a ação da adubação nitrogenada sobre a produção de raízes, recebeu resultados significativos, sendo que a dose que proporcionou maior efeito, foi equivalente à 272,23 kg ha de N.
De modo geral as pastagens contribuem para uma boa cobertura do solo, evitando a erosão superficial. Além disso, o sistema radicular é responsável pela produtividade da forragem, correlacionado a sua ação no solo, podendo promover mudanças na produtividade da parte aérea da planta forrageira (MAYA et al., 2001).

Conclusões/Considerações Finais

As concentrações da adubação nitrogenada mostraram efeitos progressivos sob as características de Produção da gramínea BRS Zuri (Panicum Maximum), cujo expressou resultados significativos, em função das aplicações de N. A maior dose, correspondente à 300 kg/ha de N, resultou nas melhores médias para as variáveis de produção. Entretanto, para a Massa Seca Foliar, não houve diferença significativa, entre as devidas combinações.

Referências Bibliográficas

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EMBRAPA. Soluções tecnológicas: Panicum maximum - BRS Zuri. Brasília, DF, 2014. Disponível em:< https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/1309/panicum-maximum---brs-zuri>. acesso em Abril de 2019.
FAGUNDES, J. L. et al. Características morfogênicas e estruturais do capim-braquiária em pastagem adubada com nitrogênio avaliadas nas quatro estações do ano. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.1, p.21-29, 2006.
MAGALHÃES, A. F.; PIRES, A. J. V.; DE CARVALHO, G. G. P.; DA SILVA, F. F.; SOUSA, R. S.; VELOSO, C. M. Influência do nitrogênio e do fósforo na produção do capim-braquiária. Revista Brasileira de Zootecnia. Itapetinga, v.36, n.5, p.1240-1246, 2007.
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MAYA, A.L.F.; CABRAL, B.S.; SANTOS, M.P.; CORSI, M. Determinantes na produção de matéria seca ao longo do estabelecimento do campim Tanzânia (Panicum maximum Jacq.): densidade populacional de perfilhos X massa por perfilho. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, Piracicaba: SBZ, 2001. p. 143-144.
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WERNER, J. C. Adubação de pastagens. Nova Odessa: Instituto de Zootecnia, 1986. 49 p. (Boletim Técnico, 18).

Palavras Chave

Bioma amazônico, Forrageiras, Nutrição Animal, Produtividade.

Arquivos

Área

Grupo III: Produção animal

Autores

ANNA KARYNA GOMES DA SILVA