Dados do Trabalho

Título

ESTUDO DE CASO UNICO: IMPACTO DA INTERVENÇAO TARDIA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Objetivos

Investigar as consequências da intervenção tardia em criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) com nível de gravidade 1 (necessidade de suporte 1), com comprometimento intelectual concomitante. Analisar as dificuldades enfrentadas, incluindo suas implicações cognitivas e percepto-viso-motoras e identificar estratégias de apoio por meio de intervenções eficazes para melhorar a qualidade de vida e a inclusão social desse indivíduo.

Material e Método

Trata-se de um Estudo documental, descritivo, qualitativo e quantitativo, de caráter exploratório. Para melhor compreensão do delineamento metodológico, o estudo de caso único foi realizado em um indivíduo do sexo masculino, com idade atual de treze anos e três meses, com diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresentado em três fases, sendo a Fase 1 (pré-testagem), realizada por meio da aplicação e análise dos seguintes instrumentos de rastreamento e avaliação para caracterizar o perfil cognitivo e percepto-viso-motor: IAR - Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a Alfabetização (Leite, 2015); Avaliação Neuropsicológica Cognitiva (Seabra; Dias; Capovilla, 2012, 2013); PCL-R - Protocolo Cognitivo-Linguístico (Capellini; Silva, 2022); IPPL - Protocolo de Identificação Precoce dos Problemas de Leitura (Capellini; Cesar e Germano, 2017); Teste Evolutivo de Percepção Visual (Developmental Test of Visual Perception – Second Edition – DTVP-2) (Hamill, Pearson & Voress, 2001). A Fase 2, que inclui o período interventivo cognitivo e percepto-viso-motor, foi realizada por meio da aplicação e análise dos seguintes instrumentos: Alfabetização Fônica (Capovilla, 2005); Manual Alfaletrando (Santos; César; Capellini, 2018); PRIPROF-T - Programa de Resposta à Intervenção Fonológica Associada à Correspondência Grafema-Fonema (Fukuda e Capellini, 2018); PROF-CA – Programa de Remediação Fonológica e Reconhecimento do Alfabeto (Marguti; César e Capellini, 2021); Coleção Estrelinha (Junqueira, 2020); Tique-Taque 3 - Nomeação Rápida Fonemas (Ducat, 2020); Praticando a Mentalidade Matemática – Dos processos básicos à utilização dos Números nos Primeiros Anos (Lucas e Trinas, 2020); Facilitando a Alfabetização Multissensorial, Fônica e Articulatória - Vol. 1 - (Nico e Gonçalves, 2016) e Atividades de Processamento Visual (Dunham, 2021). A Fase 3 (pós-testagem), foi realizada após período de intervenção, por meio da reaplicação e análise dos instrumentos de rastreamento e avaliação para caracterizar o perfil cognitivo e percepto-viso-motor, aplicados na Fase 1.

Resultados

Na Fase 1 (pré-testagem), realizada nos meses de agosto e setembro de 2021, o indivíduo apresentou desempenho insuficiente em relação aos pares nas seguintes funções e habilidades cognitivas e percepto-viso-motoras: esquema corporal, lateralidade, posição, espaço, tamanho, quantidade, discriminação visual, discriminação auditiva, verbalização de palavra, análise-síntese, coordenação motora fina, no fator processamento numérico e no fator cálculo, na atenção seletiva, sustentada e alternada, em função executiva (flexibilidade cognitiva), na percepção, atenção visual, velocidade e rastreamento visuomotor, na habilidade de leitura e escrita, habilidade de processamento auditivo e processamento visual, em habilidades metafonológicas, memória operacional fonológica, nomeação automática rápida, na coordenação-viso-motora, posição no espaço, cópia, figura-fundo, relações espaciais, closura visual, velocidade viso-motora e constância de forma. A Fase 2, iniciada no mês de outubro de 2021 (ininterrupta até o mês de junho de 2024), principia e fundamenta o período de intervenção das habilidades cognitivas e percepto-viso-motoras. Por conseguinte, na Fase 3 (pós-testagem), realizada nos meses de outubro, novembro, dezembro de 2022 e janeiro de 2023, foram evidenciadas pequenas mudanças positivas confiáveis somente em algumas habilidades cognitivas e percepto-viso-motoras, sendo elas: lateralidade, posição, espaço, tamanho quantidade, discriminação visual, discriminação auditiva, verbalização de palavras, análise-síntese, coordenação motora fina, atenção sustentada, atenção visual, habilidade de leitura e escrita, habilidades metafonológicas, processamento auditivo, memória operacional fonológica e na coordenação-viso-motora.

Conclusões e implicações dos resultado

Considerando os desafios do rastreamento, avaliação e intervenção tardia em indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a análise das habilidades cognitivas e percepto-viso-motoras destacou a necessidade de intervenções contínuas e ininterruptas. No entanto, a intervenção tardia tem sido identificada como causa principal dos prejuízos, uma vez que os instrumentos baseados em evidências científicas, embora amplamente usados, mostram resultados lentos e eficácia limitada, dificultando a melhoria da qualidade de vida e inclusão social.