13º Congresso Internacional de Fisioterapia

Dados do Trabalho


Título do trabalho

PERFIL DAS PACIENTES COM DISFUNÇOES DO ASSOALHO PELVICO TRATADAS NO PROJETO DE EXTENSAO ARARANGUA CONTINENTE

Introdução

O Projeto Araranguá Continente presta atendimento fisioterapêutico para mulheres com disfunções do assoalho pélvico (DAP). O assoalho pélvico (AP) representa o conjunto de partes moles que fecham a pelve e é formado por músculos, ligamentos e fáscias. Tem como principais funções sustentar e evitar o deslocamento das vísceras pélvicas, controlar a uretra, o esfíncter anal, a função sexual e possibilitar a passagem do feto durante o parto. Quando há uma função inadequada dessa musculatura pode ocorrer o aparecimento de diversas patologias, como prolapsos de órgãos pélvicos (POP), disfunção sexual (DS), incontinência urinária (IU) ou anal (IA).

Objetivo

Conhecer o perfil das pacientes com DAP tratadas no projeto Araranguá Continente.

Metologia

Trata-se de um estudo transversal, cuja amostra foi composta por mulheres residentes da cidade de Araranguá/SC. Este estudo foi realizado a partir dos dados coletados no projeto de extensão Araranguá Continente, que trata mulheres com sinais e sintomas de DAP. O tratamento é realizado por alunas do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Catarina no Campus de Araranguá. As pacientes foram avaliadas quanto aos fatores associados às DAP, como estar na menopausa, realização de procedimentos cirúrgicos ginecológicos, número de partos, via de parto e presença de DAP. Para IU, foram avaliados os sintomas de perda urinária aos esforços, durante a urgência miccional ou sintomas mistos. Com relação à avaliação de IA, foi utilizada a escala de Wexner. Quanto à constipação intestinal (CI), foi avaliada por meio das informações do Consenso de Roma IV. Para verificação da presença de POP, utilizou-se a ferramenta International Consultation on Incontinence Questionnaire – Vaginal Symptoms (ICIQ – VS). Além disso, durante o exame físico do AP, a presença e estágio do prolapso também foram avaliados. A força muscular do AP foi determinada por meio do esquema PERFECT. Os dados foram apresentados por meio estatística descritiva.

Resultados

Foram avaliadas 41 mulheres entre o período de abril de 2022 a março de 2023, com média de idade de 57,44 anos. Destacou-se que 95% já haviam gestado e 73,2% estavam na menopausa. Quanto às DAP, a IU de esforço foi a mais prevalente (84,6%). Entre os sintomas anorretais, 63% apresentavam IA de gases e 71% fezes fragmentadas. Além disso, 35,1% apresentavam POP. A função do AP durante a avaliação foi reduzida, com mediana da força de 2.

Discussão

Segundo Moerher et al. (2004), cerca de 70% das mulheres com IU relacionam o surgimento da doença ao último período menstrual. Oliveira et al. (2010) consideram riscos para o desenvolvimento da IU em mulheres, fatores como: idade, obesidade, paridade, tipos de parto, tabagismo, peso do recém-nascido, menopausa e cirurgias ginecológicas.

Conclusão

Mulheres de diferentes idades se beneficiam do tratamento fisioterapêutico gratuito realizado por discentes da UFSC. É importante o conhecimento do perfil da demanda de pacientes para garantir um tratamento eficaz para essas disfunções.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Fisioterapia; distúrbios do assoalho pélvico; mulher.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Categoria

Fisioterapia em Saúde da Mulher

Instituições

UFSC - Santa Catarina - Brasil

Autores

LETICIA APARECIDA DA SILVA