13º Congresso Internacional de Fisioterapia

Dados do Trabalho


Título do trabalho

DESAFIOS VIVENCIADOS NO ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 – COMPARAÇAO ENTRE DOCENTES COM E SEM DISCIPLINAS PRATICAS.

Introdução

A pandemia de COVID-19 impôs aos docentes a reorganização da rotina e adequação da modalidade de ensino. A maioria não estava preparada e capacitada para o domínio tecnológico necessário e limitados à adaptação das atividades práticas. Surgiram desafios inesperados frente às exigências repentinas de capacitação ao ensino remoto e ministrar disciplinas práticas pode ter sido um complicador. Nossa hipótese é que docentes com disciplinas práticas apresentaram mais dificuldades com o ensino remoto.

Objetivo

O objetivo deste trabalho foi de comparar dois grupos de professores universitários de acordo com o tipo de disciplina que ministravam (GCP – grupo com atividades práticas e GSP – grupo sem atividades práticas), em relação aos desafios do ensino remoto no Brasil durante a pandemia. Para tal, são utilizados dados de estudo transversal (CAAE:56151622.5.0000.5504), cuja coleta de dados ocorreu de abril a maio de 2022 por ampla divulgação em ambientes virtuais e convites individuais por email.

Metologia

Utilizou-se um formulário eletrônico com questões sociodemográficas, ocupacionais e sobre o ensino online durante a pandemia. Amostra por conveniência, sendo incluídos docentes universitários do ensino público ou privado envolvidos com ensino remoto. As variáveis categóricas são descritas em taxas de porcentagens e aplicou-se o teste Qui-quadrado para verificar associações com a variável independente do tipo de disciplina no software estatístico SPSS. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

428 professores universitários; 51,3% com idade ≤50 anos; 50,2% do GCP. O GCP (58,9%) relatou maior tempo despendido no preparo de aulas em comparação ao presencial do que o GSP (46%) (p=0,026). Desafios que apresentaram associação significante foram: “tempo de ensino mais longo” (p=0,017), sendo mais relatado no GCP (24,2%) do que no GSP (15%); “conexão de internet ruim” (p=0,001) para 60% do GCP e 43,2% do GSP; e “falta de softwares adequados” (p=0,033) para 16,3% do GCP e apenas 9,4% do GSP.

Discussão

Docentes com disciplinas práticas enfrentaram desafios extras na adaptação ao ensino remoto. Estudo revelou que os docentes perceberam dificuldades principalmente com trabalhos práticos, sendo o ensino online menos eficaz nas avaliações e inadequado para conduzir e monitorar as atividades práticas. Pesquisas indicam que essas barreiras incluem aprendizagem não experiencial, limitações de acesso à internet, mais tempo para preparar aulas online, falta de interação e de softwares adequados.

Conclusão

Em conformidade com a nossa hipótese inicial, os professores com disciplinas práticas reportaram mais barreiras. Nossos resultados podem apoiar políticas públicas que melhorem os desafios experimentados nesse período, visando auxiliar no preparo dos docentes em situações emergenciais similares, assim como fornecer treinamentos e softwares adequados para o uso de ferramentas digitais como facilitadoras no processo de aprendizagem dos alunos, especialmente para disciplinas com atividades práticas.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Professores Universitários; Ensino Remoto; Teletrabalho; Tecnologia Digital; SARS-CoV-2.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Categoria

Fisioterapia Musculoesquelética

Instituições

UFSCar - São Paulo - Brasil

Autores

BEATRIZ MEDEIROS CARDOSO, MARIA ISABEL TRICHES, RENATA GONÇALVES MENDES, JABER SAUD ALQAHTANI2, TATIANA DE OLIVEIRA SATO